O Câncer na Infância
Câncer na infância é uma doença rara: entre 80 a 100 casos novos são diagnosticados anualmente em nossa região.
Apesar de o número de casos ser, relativamente, pequeno, trata-se de uma doença, muitas vezes fatal, sendo a terceira causa de morte entre um e 15 anos de idade no Brasil. Em algumas regiões, corresponde à segunda causa de morte, perdendo apenas para causas acidentais (acidentes domésticos, trânsito). A incidência vem aumentando desde a década de 1970 (6,1 % em 15 anos). Mas a qualidade do tratamento mudou muito, tendo conseguido reduzir em cerca de 35 % a taxa de mortalidade. Atualmente, a taxa de cura geral atinge 70%.
O câncer infantil é muito diferente da doença no adulto.
As diferenças são marcantes em todos os aspectos como, por exemplo, o tipo e a natureza de doença, o tecido (órgão) envolvido, a distribuição, o tratamento e o prognóstico. Na infância, os tipos mais freqüentes são as leucemias agudas, os tumores do sistema nervoso e os sarcomas – esse último, um tumor, geralmente, de alta malignidade, constituído de tecido semelhante ao conjuntivo embrionário; podendo acometer osso, músculos, cartilagem etc. Já nos adultos são mais frequentes os carcinomas (tumorres malignos constituídos por células epiteliais, com tendência a invadir as estruturas próximas e a produzir metástase) e as leucemias (doença maligna dos órgãos hematopoéticos).
Causas
A causa do câncer na criança é, na maioria das vezes, desconhecida, sendo mais provável que a doença esteja relacionada a causas genéticas (internas). As causas ambientais (externas) parecem ter importância secundária, uma vez que é mais comum o aparecimento de tumores em tecidos não expostos a fatores externos. Alguns fatores ambientais que podem colaborar com o aparecimento de câncer são: radiação ionizada (por exemplo, na explosão de bombas atômicas), radiação ultravioleta (exposição excessiva a raios solares), algumas drogas (agentes imunossupressivos, esteroides anabólicos a androgênios, quimioterápicos), alguns tipos de vírus como o vírus da hepatite B ou hepatite C e o vírus Epstein-Barr.
Fatores relacionados ao paciente também podem ser detectados.
Oncogenes: Proto-oncogenes são genes normalmente encontrados nas células, responsáveis pela regulação e estimulação da divisão celular. Em determinadas situações e estímulos eles podem desencadear o processo tumoral, tornando-se oncogenes (genes que desencadeiam o câncer).
Genes supressores de tumor:
Genes que também regulam a divisão celular, inibindo-a. A inativação destes genes pode desencadear o processo carcinogênico.
Doenças genéticas:
Doença de Fanconi, Síndrome de Bloom.
A maioria dos casos de câncer infantil tem cura, porém, tudo depende do tipo de tumor, extensão e indicação adequada do tratamento. Os sintomas são variados, o que, quase sempre, podem causar confusões para o seu diagnóstico. O pediatra deve estar sempre atento para evolução não usual de doenças comuns da infância.
Tratamento
O tratamento varia conforme a doença, com QUIMIOTERAPIA, CIRURGIA E RADIOTERAPIA.
Cada modalidade tem o seu papel e a sua importância. Por ser uma doença rara e que necessita de tecnologia específica e sofisticada para o diagnostico, o tratamento e a posterior monitorização dos efeitos tardios, é extremamente importante que TODAS as crianças com câncer sejam tratadas em um centro especializado. Nesses serviços são seguidos protocolos – procedimentos – nacionais e internacionais, que fornecem dados fundamentais para melhor se conhecer e tratar os pacientes, além de abordagem multidisciplinar. Somente assim, será assegurada a chance de cura, com o mínimo de efeitos colaterais.
Perspectiva Futura
Apesar de excelentes resultados no tratamento das neoplasias – câncer – com diminuição drástica das taxas de mortalidade, os efeitos tardios da própria terapia, associados ao péssimo prognóstico em alguns tipos de câncer, ainda demandam estudos clínicos.