Informações sobre doenças
O tratamento de uma criança com câncer é complexo e requer uma equipe multidisciplinar atualizada e especializada, com médicos, enfermeiros, psicólogos, assistente social, nutricionista, pedagogo, psicopedagogo.
A terapia adequada depende de cada caso. Geralmente, envolve uma combinação entre quimioterapia, cirurgia e radioterapia.
Cada modalidade terapêutica tem sua importância e seu papel. A cirurgia é fundamental no diagnóstico – biópsia. Tanto a cirurgia quanto a radioterapia são empregadas para eliminar, da melhor forma possível, o máximo de células tumorais de uma região, chamado controle local.
Entretanto, elas não são capazes de eliminar lesões em outras áreas que estejam escondidas em outras partes do corpo, nem lesões microscópicas. Nesta situação, a melhor forma de tratamento é a quimioterapia. Essa, por sua vez, não é eficaz contra grandes volumes tumorais.
A poli-quimioterapia sistêmica – vários medicamentos sendo dados seguindo um esquema determinado – é empregada em quase todos os tipos de neoplasias, pois na grande maioria dos casos, a disseminação do tumor já existe, apesar de não detectável. Muitas vezes, essa disseminação ocorre, apesar do diagnóstico precoce. É importante também entender como funciona o tratamento.
Quando o diagnóstico de câncer é feito, o que se pode ver é uma ponta de iceberg. Infelizmente, é possível determinar-se a quantidade de gelo – doença – abaixo da linha d´água. Assim, uma vez iniciado o tratamento, com a doença entrando em remissão, não sendo mais detectável, quer dizer, abaixo da linha d´água, não é mais possível saber o quanto de doença ainda existe. A fase inicial do tratamento é determinante para que tudo dê certo. Mas, para isso, é importantíssimo que o diagnóstico seja bem feito, determinando-se exatamente o tipo de câncer e a extensão da doença.
O tratamento deve ser preciso. O paciente não deve ser tratado nem a mais, quando os efeitos colaterais serão exagerados, nem a menos, quando as chances de cura estarão perdidas. O tratamento deve ser ambulatorial; desta forma, tentando-se manter a vida e as atividades das crianças e dos adolescentes o mais normal possível.
Dependendo da gravidade da doença, as internações se tornam mais frequentes, seja por causa das sessões de quimioterapia, seja por intercorrências – infecções – porque o sangue “está baixo”. Isso acontece porque quanto mais grave a doença, mais intenso tem de ser o tratamento. A duração do tratamento é variável conforme a doença e o seu estágio: pode durar de 3 meses até 2,5 anos. A duração maior de um tratamento não significa que o caso seja mais grave que o outro de duração mais curta.
Dois grandes problemas se referem à quimioterapia. O primeiro refere-se aos remédios administrados, que não são capazes de distinguir as células malignas das não-malignas. O segundo é que aos tratamentos mais efetivos possuem um índice terapêutico muito estreito, que é uma relação entre eficácia e toxicidade – relação entre eficácia e toxicidade – relação entre os benefícios e os malefícios dos medicamentos. Por esses dois motivos, a toxicidade, efeitos maléficos – agudos e crônicos – pode ser minimizada, mas não completamente eliminada. Apesar dos efeitos colaterais, até hoje não se tem notícia de outro tipo de tratamento adequado para o câncer. A quimioterapia tem efeitos colaterais graves, sendo o principal desses efeitos a importante redução da imunidade, com sérios riscos de infecções.
O tratamento de uma criança com câncer deve ser cuidadoso e especializado, pois só assim ela terá a sua chance de cura.