FEBRE NO PACIENTE EM TRATAMENTO ONCOLÓGICO

A quimioterapia tem como função principal eliminar as células malignas que formam o tumor. Infelizmente, os remédios usados não são capazes de diferenciar entre as células do tumor e as normais e o resultado disso é o aparecimento de efeitos colaterais. Esses efeitos podem ser imediatos ou podem aparecer bem mais tarde, mesmo depois de terminado o tratamento.

O principal efeito colateral que pode aparecer logo depois de algum ciclo de quimioterapia é a leucopenia – “o sangue baixo”. O que acontece é que a quimioterapia diminui a produção de sangue. Entre os componentes do sangue estão as células responsáveis por nossa defesa. São os leucócitos, que funcionam mais ou menos como soldados de um exército, responsáveis pela nossa defesa contra micro-organismos.

Quando essas células estão em pequeno número, o nosso corpo fica vulnerável a infecções dos mais variados tipos, causadas por bactérias, vírus, fungos ou parasitas. O pior é que estas infecções não se manifestam como a gente espera normalmente. Como o corpo da criança com “sangue baixo” não tem defesas adequadas, esses micróbios podem entrar diretamente no organismo debilitado, provocando uma infecção generalizada e grave.

Toda criança em tratamento quimioterápico tem de fazer exames de sangue periódicos. Quase sempre, toda semana. Dentre outros dados, esses exames revelam informações sobre a situação em que se encontram as defesas do corpo. Quando as defesas estão baixas – leucopenia – é preciso interromper a quimioterapia e aguardar a recuperação.

O tempo que a criança leva para se recuperar é variável. Dependendo do tipo de quimioterapia (remédios usados) e da dose empregada, o período de recuperação se estende de 7 a 10 dias. Às vezes, é necessário um tempo maior para ela se recuperar e voltar a receber o tratamento. Quanto mais “baixo” estiver o sangue, maior o risco de aparecimento de infecção e febre. Durante o período de leucopenia é muito importante que o médico seja avisado no caso de aparecimento de febre, quando a temperatura ultrapassa 38° C, ou de alterações do estado geral da criança. Nesses casos, aguardar a febre cessar ou “esperar um pouco” pode representar uma perda de tempo preciosa, pois essa criança, quase sempre, precisará de antibióticos já no início do quadro febril.

Algumas vezes, a internação para receber antibióticos pela veia é inevitável, mesmo que a criança não aparente estar tão doente. Não existe uma forma de se evitar o aparecimento de infecção e de febre durante esses períodos de defesas baixas, mas, pode-se tentar diminuir este risco.

Nos períodos de leucopenia, a criança não deve frequentar ambientes com muitas pessoas, não deve receber muitas visitas, deve manter uma boa higiene, principalmente, dos dentes, da boca e após ir ao banheiro. Existem alguns remédios que conseguem estimular a produção de células de defesa pela medula óssea; são drogas caras, sintetizadas por meio de engenharia genética, com indicação determinada, mas que não impedem totalmente o aparecimento de infecções, podem, apenas, diminuir a intensidade e duração de um período de leucopenia.

Lembre-se: O aparecimento de febre em uma criança em quimioterapia é sempre grave, principalmente, se estiver com o “sangue baixo”. O médico deve ser avisado, imediatamente, para tomar as medidas necessárias e iniciar o tratamento adequado.

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